quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Briga de bancos e Detran impede emplacamento de veículos financiados


Detran briga com bancos pela taxa

Consumidores que compraram veículos financiados em Alagoas estão sem poder retirá-los das concessionárias, por causa de uma disputa entre o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AL) e os bancos, que são responsáveis por 80% dos financiamentos no Estado.

O problema está no pagamento da taxa de registro contratual, que é efetuada pela instituição financiadora e operada por uma empresa terceirizada contratada pelo Detran-AL. A taxa torna possível o emplacamento do veículo antes que ele deixe a revenda, o que é necessário para que ele não seja apreendido.

Os bancos Bradesco, Itaú e Santander, responsáveis pelo maior volume de financiamentos no mercado alagoano, conseguiram liminar judicial que proíbe o Detran-AL de realizar a cobrança, que atualmente consideram elevada demais.

Atualmente, a taxa de registro pode variar entre R$ 190 e R$ 260, dependendo do tipo de veículo. Segundo o presidente do Sindicato dos Concessionários de Alagoas (Sincodiv), Paulo Patury, o valor é abusivo, uma vez que o mesmo serviço é prestado em outros estados brasileiros por preços entre R$ 40 e R$ 60.

“Já temos clientes esperando há mais de dez dias para poder tirar o carro da concessionária”, disse Patury sobre as dificuldades enfrentadas pelos consumidores. “Se a concessionária entregar o carro sem o emplacamento, no outrro dia o veículo pode ser apreendido em uma blitz”.

O Detran-AL disse, através de sua assessoria de imprensa,  que já deu início aos trâmites legais para recorrer da decisão da Justiça e derrubar a liminar emitida pelo juiz Carlos Aley Santos de Melo, no dia 31 de outubro. O órgão declarou também que não vai mais prestar esclarecimentos sobre o assunto ou sobre a empresa terceirizada que opera a cobrança da taxa.

Financiamentos podem ser suspensos em AL

“O que preocupa nessa situação é que os bancos possam suspender de vez os financiamentos no Estado”, disse Paulo Patury, ao ressaltar que isso teria um impacto profundo na economia de Alagoas.

Patury destaca ainda que o setor de comércio de veículos é o quinto maior arrecadador de impostos do Estado e que seria uma “tragédia” econômica para Alagoas se a paralisação de fato acontecesse.

17:30 - 14/11/2012

Da Redação

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