sábado, 17 de dezembro de 2016

MPT cria grupo para investigar relações trabalhistas do Uber

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Procuradores do Ministério Público do Trabalho vão atuar em grupo de pesquisa sobre aplicativos de transporte de passageiros, como a Uber

Procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT) vão criar um grupo de pesquisa sobre aplicativos de transporte de passageiros, como a Uber. O anúncio foi divulgado pela procuradora-chefe do MPT Adriana Augusta de Moura Souza nesta sexta-feira (16).

“Como se trata de empresas internacionais, é preciso um estudo mais amplo. Queremos saber se atuam contra nossas normas ou não”, disse Souza. Ela informou que o grupo vai investigar a relações de trabalho entre as empresas e os motoristas das plataformas.

A procuradora também solicitou que associações das categorias repassem informações que já coletaram sobre o tema para a equipe regional que vai realizar os trabalhos. Um dos itens a ser investigado serão irregularidades trabalhistas. ”Não podemos deixar que as relações de trabalho sejam precarizadas”, disse Souza.

Após o início das pesquisas, o grupo deverá concluir as atividades em até 60 dias.

O anúncio do grupo foi divulgado durante visita da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e de representantes de taxistas à instituição.

Taxistas cobram iniciativas

Preocupados com a possível inviabilidade dos serviços de táxis em Belo Horizonte caso plataformas como a Uber continuem a atuar, os representantes dos taxistas demandaram medidas urgentes do MPT.

“Como pode uma empresa internacional chegar no país e ocupar, de qualquer forma, esse espaço?”, questionou Clauber Borges, integrante da Coopertaxi. Segundo ele, o faturamento da cooperativa caiu 40% após o início das atividades do Uber na capital mineira. Além disso, o taxista disse que a categoria cumpre com mais exigências que os motoristas da plataforma.

O taxista Flácio Simões, do Uai Táxi, também participou da visita e reclamou da decisão judicial que permite o funcionamento do Uber em Belo Horizonte obtida após sanção da Lei 10.900, que proíbe o aplicativo na capital. “Os representantes do Uber concordaram com tudo, mas depois não se consideraram atingidos pela medida”, disse Simões.

Atualmente, o funcionamento da Uber em Belo Horizonte é permitida por meio de liminar judicial.

Uber enfrenta processos trabalhistas em outros países

França, Reino Unido e Estados Unidos estão na lista de países cujos motoristas do Uber já processaram a empresa por questões trabalhistas. Em outubro deste ano, motoristas britânicos venceram na Justiça um processo que exigia o pagamento de um salário mínimo e direito a férias remuneradas.

No mesmo mês, motoristas de Nova York entraram com um processo contra a empresa, alegando que ela praticava um “roubo de salário” ao não pagar um valor mínimo mensal nem compensar por horas extras. O mesmo grupo de motoristas tinha entrado na Justiça anteriormente afirmando que a plataforma violava as leis trabalhistas nova-iorquinas. Outros Estados como  Arizona, Califórnia, Massachusetts, Maryland e Flórida também colecionam casos judiciais semelhantes.


Na França, uma subsidiária da Uber na cidade de Lille foi condenada a pagar 50 mil euros por propaganda ilegal. Alguns serviços mais baratos da plataforma, como o UberPop, foram banidos da França e da Holanda após motoristas não-credenciados serem flagrados dirigindo pela empresa.

17/12/2016

por Carlos Laia

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