DEMANDA.
Ligações para cooperativas sobem de
250 durante a semana para 400 às sextas e sábados
Procura por táxis aumenta
À mesa em um dos mais badalados
bares da capital alagoana, no bairro de Jatiúca, os amigos conversam
descontraidamente. Entre canecas generosas de chope gelado, explodem risadas
num clima de início de feriadão. A noite está apenas começando. À medida em que
avançam as horas, o movimento na calçada à frente do bar vai aumentando.
O repórter se aproxima e faz-se o
silêncio na mesa. “Vocês estão dirigindo hoje?”. “Não, não estamos”, responde a
estudante de Radiologia Vanessa Barros. Ela dirige há 13 anos. Confessa também
que, antes das alteraçãoes que deixaram mais rígidas a Lei Seca, bebia e
dirigia, saía de carro com amigos para os bares e voltava guiando o veículo,
depois de tomar cerveja.
“Agora não faço mais isso. Hoje
mesmo deixei o carro em casa e vou voltar de táxi”, diz ela, ao reconhecer que
a multa de R$ 1.915 e as consequências que envolvem um flagrante de uma blitz
da Lei Seca fizeram com que adotasse novos hábitos. “Além disso, você vai se conscientizando
do grande risco que representa dirigir alcoolizado”, disse Vanessa.
COMPORTAMENTO.
Nunca foi tão intenso o movimento de táxis nas proximidades de bares e
casas noturnas
Lei Seca muda hábito da população
Desde que a presidente Dilma
Rousseff sancionou as mudanças na Lei Seca, tornando-a mais rígida com os
condutores que insistem em beber ao volante, o maceioense vem aos poucos
adotando novos hábitos. Embora muitos ainda insistam em desobedecer, uma
significativa parcela da população decidiu que não quer ser flagrada pelo bafômetro,
“dançar” em R$ 1.900, além de ter suspenso o direito de dirigir por um ano.
Nos bares, clubes, shows e festas, nunca foi tão intenso o movimento de
táxis a transportar casais, grupos de amigos e pessoas que decidiram deixar o
carro em casa, para poder tomar cerveja tranquilos e voltar para casa são e
salvos.
O chamado “motorista da rodada” passou a ser figura cultuada pela turma
de jovens boêmios. Enquanto os camaradas enchem a cara e se divertem, o
escolhido da noite aguarda pacientemente na sua dieta, à base de água e
refrigerantes, além de petiscos. As autoridades agradecem e comemoram a mudança
de atitude. Sabem que é essa nova forma de procedimento que fará com que vidas
sejam salvas e o número de acidentes provocados pela mistura de álcool e
direção desabe nas estatísticas.
De acordo com levantamento do Departamento Estadual de Trânsito de
Alagoas (Detran/AL), de junho a dezembro do ano passado, ainda vigorava a
“antiga” Lei Seca, houve uma redução de 6% no número de acidentes. Essa
tendência de redução vem se confirmando nos primeiros dias do ano.
Blitze ocorrem em locais
“estratégicos”
O estudante Gabriel Tomasone deixava uma casa de shows quando foi
abordado pela equipe de reportagem da Gazeta e aceitou dar entrevista contanto
que não fossem feitas fotos dele.
Ao lado de um amigo, ele confessou que havia bebido e que guiaria seu
carro normalmente até sua residência, no final da noite.
“Acho que a nona lei seca foi injusta com pessoas com eu, que bebem
moderadamente. Tenho o meu limite, e me mantenho sóbrio e em condições de
dirigir”, disse Gabriel.
O estudante disse que tem muito medo de “cair” em uma das blitze
montadas nas ruas de Maceió.
“Procuro pegar uns caminhos alternativos para não ser flagrado. Além
disso, também uso o Waze”, diz Gabriel, ao se referir ao aplicativo gratuito de
trânsito e navegação, uma mistura de GPS com rede social, usado por milhões de
pessoas no mundo. Por meio do Waze, instalado em celulares e tablets,
condutores informam e são informados sobre locais onde estão sendo realizadas
blitze. “Hoje mesmo vou usar o Waze”, diz Gabriel. LM.
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Todos os direitos reservados ao Jornal Gazeta de Alagoas
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Edição de 31 de março de 2013
Por: LELO MACENA – REPÓRTER
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