Caminhonete pertencia ao pai de um dos quatro adolescentes que estavam
no veículo; testemunhas afirmaram que grupo estava armado
Caminhonete com placa de São Paulo ficou totalmente destruída
Uma caminhonete Ford F-250 cinza, de placa DUI-2981, de São Paulo,
invadiu um posto de combustível localizado na Avenida João Sampaio, no Barro
Duro, atingiu duas bombas de gasolina e pegou fogo na madrugada deste sábado
(11).
Dentro do carro, - que seguia em alta velocidade, no sentido
Jacintinho-Barro Duro - quatro menores de idade, dois deles com 15 anos. O
veículo pertencia ao pai de um dos garotos, Leonardo Pereira da Silva, que é
paulista, mas mora em um condomínio no bairro da Serraria, em Maceió.
A violência do impacto e o fogo que se seguiu causaram pânico em
clientes e funcionários do posto. Várias viaturas do Corpo de Bombeiros, do
Batalhão de Polícia de Eventos (BPE) e do Batalhão de Radiopatrulha (BPRP) da
Polícia Militar foram acionadas e se dirigiram para o estabelecimento, que fica
em frente ao Fórum de Justiça Jairon Maia Fernandes.
Em alguns minutos, os bombeiros conseguiram controlar, com extintores
de pó químico, o fogo iniciado nas duas bombas de gasolina. A área foi isolada,
uma vez que ainda havia vazamento de combustível e risco de uma nova explosão.
Nenhum dos ocupantes da caminhonete foi encontrado no local.
Em estado de choque, os três funcionários do posto, duas moças e um
rapaz, tentavam assimilar o que havia acontecido. “Foi muito rápido. Meu Deus, não sei como
tudo não explodiu”, disse uma faz funcionárias, em prantos.
No momento do acidente, um policial militar à paisana, integrante do
Batalhão de Radiopatrulha, abastecia seu Classic cinza de placa MUY-4919, de
Marechal Deodoro, que também foi atingido pela caminhonete.
Ele contou à reportagem do Tribuna Hoje que viu quando os quatro
garotos saíram da caminhonete, tiraram as camisas e correram em direção ao
Barro Duro. O militar garantiu que os menores estavam armados quando desceram
do veículo.
“Eles estavam armados, tenho certeza. E fugiram quando o carro pegou
fogo”, disse o PM, que conseguiu tirar se carro do posto antes que o fogo
atingisse o veículo.
‘Tive sorte’
O táxi atingido pela caminhonete, um Classic de placa MUL-9927, de
Maceió, era guiado por Rosilande da Silva Melo, de 26 anos, que disse ser
diarista e estar conduzindo o veículo há quatro meses.
Rosilande contou ao Tribuna Hoje que seguia em direção ao Jacintinho
quando viu a caminhonete tentando ultrapassar outro veículo, vindo em sua
direção cortando luz. “Eu ainda consegui desviar um pouco. Ele vinha voando,
muito rápido. Eu tenho muita sorte de estar aqui falando com você”, disse o
rapaz.
Outro rapaz contou à reportagem que estava no posto de combustível
vizinho ao Shopping Miramar, também na Avenida João Sampaio, e viu quando a
F-250 passou “voando”.
Tanto o soldado que abastecia no momento do acidente quanto a
testemunha que estava no outro posto e o motorista do táxi afirmaram que a
caminhonete estava sendo perseguida por uma viatura do Batalhão de Operações
Especiais (Bope) da Polícia Militar. A suspeita era de que o veículo tivesse
sido roubado.
“Uma caminhonete Ranger do Bope vinha logo atrás. Quando os quatro
correram, o Bope foi atrás. Não fui atrás deles porque tinha que tirar meu
carro dali”, disse o soldado da RP.
‘Vai pagar’
Cerca de 30 minutos depois do acidente, o proprietário do veículo
chegou ao local do acidente. Em conversa com a reportagem, Luciano Pereira
disse que havia chegado em casa à noite, tomado um banho e dormido.
Foi acordado pela esposa e pelo filho de 15 anos, que contaram o que
havia acontecido. Ele rapidamente se dirigiu ao posto e encontrou a F-250
destruída. A mãe do adolescente também ficou desesperada e, aos berros,
perguntava ao filho como ele tinha “feito aquilo”
Depois de analisar o estrago no carro, Luciano conversou com policiais
da RP. Ele afirmou que o filho havia pego as chaves da caminhonete escondido e
saído com três amigos sem sua permissão, o que foi confirmado pelo garoto.
À reportagem do Tribuna Hoje, o adolescente disse que um vizinho seu,
também menor de idade - e, por isso, sem habilitação - estava dirigindo o carro
na hora do acidente. Nesse momento, seu pai interrompeu: “Era você! Era você um
estava dirigindo!”. “Não era, pai, era o ***”, respondeu o garoto.
“Então o *** estava dirigindo? Pois ele vai pagar. O pai dele vai
pagar. Nós vamos na casa dele agora com a polícia para ele contar o que fez. Se
vocês estavam correndo da polícia, boa coisa vocês não fizeram”, disse Luciano,
passando para os militares o endereço do suposto condutor da caminhonete, que
mora em outro bloco do mesmo condomínio que a família.
O garoto negou que alguém do grupo estivesse armado e que eles
estivessem fugindo da polícia na hora da colisão. “Armado? Não tinha ninguém
armado. A gente fugiu porque ficou nervoso. Depois do que aconteceu, a gente
saiu de perto do carro por causa do fogo e eu liguei para a minha mãe, que
disse para eu pegar um táxi e ir para casa”, contou o garoto.
Mais uma vez, em conversa com a reportagem, o militar que testemunhou o
acidente disse que os menores estavam armados quando saíram do carro. Eu vi um
escondendo a arma e correndo com a mão na cintura. Eles pegaram o carro para
‘meter bronca, isso sim’”, afirmou.
Válvula de segurança
De acordo com o tenente Oliveira, do Corpo de Bombeiros, no momento da
colisão, o risco de que o posto de combustível fosse pelos ares foi grande. O
que teria impedido uma explosão e, consequentemente, uma tragédia, teria sido
uma trava de segurança instalada nas bombas de combustível atingidas pela
caminhonete.
“O momento de maior risco foi quando ocorreu a batida. Mas essas bombas
dispõem de uma válvula de segurança que fecha a passagem para tanque em casos
de dano. Foi essa válvula que impediu que o vazamento de combustível fosse
maior ou que o fogo chegasse ao tanque”, explicou o oficial.
“Entramos em contato com o proprietário do posto e com a empresa que
faz a manutenção da bomba e pedimos para que ela tenha agilidade em sanar
qualquer risco de vazamento”, concluiu o tenente.
O valor dos prejuízos causados ao posto de combustível ainda não foi
avaliado. O estabelecimento havia passado por reformas recentemente e as obras
nem sequer estavam concluídas. De acordo com informações obtidas pelo Tribuna
Hoje, o posto está no seguro.
11/02/2012 04:12
Foto: Petrônio Viana
Petrônio Viana
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