O problema do trânsito nas rodovias alagoanas, em especial em Maceió,
segundo especialista é uma consequência da desordenada falta de investimento e
o não comprometimento dos gestores com a não viabilidade do deslocamento da
população. O impacto e suas consequências foram debatidos na Assembleia
Legislativa do Estado, na manhã desta sexta-feira (18).
A sessão foi proposta pelo deputado estadual João Henrique Caldas
(PTN), contando apenas com a presença do deputado Judson Cabral (PT), além de
dezenas de pessoas, que não chegou a lotar a casa. Entre eles a promotora de
Execuções de Trânsito, Marluce Caldas, representantes do Departamento de
Estradas de Rodagem (DER), inspetores da Polícia Rodoviária Federal, do
Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas, o engenheiro Edinaldo Marques e
estudantes da União da Juventude Revolucionária.
Os presentes defenderam um investimento maciço no transporte coletivo e
um sistema de integração que possibilite o cidadão deixar o carro em casa. De
acordo com o professor e engenheiro Edinaldo Marques, a cidade de Maceió é uma
miniatura de São Paulo e que daqui há alguns anos, se nada for feito, serão
registrados longos e inevitáveis congestionamentos.
Segundo o superintendente municipal de Transporte e Trânsito, José
Pinto de Luna, que chegou já na metade da sessão, são registrados cerca de três
mil carros por mês, em Alagoas, já em Maceió, são mais de mil. “Acredito que em menos de cinco anos será
quase impossível transitar em Maceió. Agora o problema não é só da SMTT, pois
temos a imprudência da população que compromete todo o trânsito de veículos”,
destacou Pinto, enfatizando que 20 guardas de trânsito estão nas ruas multando
os imprudentes.
Pinto de Luna defende que seja implantado um Anel Viário em Maceió,
para que seja resolvido parte do problema, além do investimento maciço no
transporte coletivo. “Resumindo, o
problema é de infraestrutura, agora Maceió não tem verba para construir um anel
viário, será necessário pedir ajuda ao Governo Federal. No mais estamos
investindo no transporte coletivo e em breve sairá o edital de licitação”.
Outro problema apontado, só que desta vez pela Polícia Rodoviária
Federal, está nas BRs 316, no quilômetro 15, e na 104, quilômetro 5. De acordo
com o inspetor Sibaldo, estas BRs apresentam problemas estruturais que não
possibilitam o condutor ter outra alternativa a não ser cometer a imprudência.
“Por não ter acostamento, o condutor tem que parar no meio da via e cruzar e
muitos outros que já foram apresentados ao DER, mas caso não sejam solucionados
daqui a alguns anos as BRs também estarão intransitáveis”.
“O que falta realmente é
coragem e decisão política. Alternativas temos, agora os gestores não estão
priorizando, vale a pena destacar que as suas prioridades são outras”, enfatizou Edinaldo
Marques, destacando que o atual problema é consequência da falta de
planejamento das gestões anteriores e seriedade dos atuais gestores que ao
assumir o governo não dão continuidade nos projetos. “Agora eles assumem e cada
um faz o seu projeto, isso é um absurdo e sem lógica”, concluiu.
Railton Teixeira
Railton Teixeira/Alagoas24horas
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