A Confederação Nacional do
Transporte divulgou, no último dia 28 de janeiro, sua primeira Pesquisa CNT de
Perfil dos Taxistas, com informações gerais sobre o profissional e a atividade.
Foram entrevistados 1.001 taxistas nas principais regiões metropolitanas de 12
Unidades da Federação.
A pesquisa foi realizada entre os
dias 4 e 14 de novembro de 2015 em locais de grande fluxo de taxistas, como
regiões centrais, aeroportos, estações rodoviárias, de metrôs e de trens
urbanos. Os taxistas responderam questões sobre saúde, rotina de trabalho,
segurança, concorrência desleal, entre
outros assuntos.
A maioria (94,9%) acredita que
houve diminuição na demanda por seus serviços no ano passado. Para 43%, o
motivo foi a crise econômica do país e 30,3% consideram que a causa seja
consequência do transporte clandestino/ilegal. Mais de dois terços (72%) são
taxistas há mais de cinco anos e 93,9% possuem veículos com até seis anos de
uso. A maior parte (45,7%) concluiu o ensino médio.
Entre os pontos positivos citados em
relação à profissão, 62,3% alegam ter autonomia para definir o horário de
trabalho e 40,7% gostam da flexibilidade da jornada. Mas 74,6% consideram a
profissão perigosa e 51,4%, desgastante. Ao comentar sobre os riscos, 28,5%
disseram ter sido vítimas de assalto pelo menos uma vez nos últimos dois anos.
Os taxistas comentaram o que pensam
sobre o aplicativo Uber. Entre os 92,1% que já ouviram falar desse serviço de
transporte de passageiros, 72,0% disseram ser contra a legalização. 59,9%
consideram a possibilidade de oferecer um serviço diferenciado em seu táxi para
torná-lo mais vantajoso na concorrência com o Uber. Nas cidades onde o Uber
opera (Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo),
68,6% dos taxistas perceberam impacto negativo em sua atividade devido a esse
serviço, pois houve diminuição de passageiros.
A renda mensal líquida dos
entrevistados é de R$ 2.675,42, e eles afirmaram gastar, em média, mais de R$
1.300 por mês com combustível. Ao relatar os entraves da profissão, a
burocracia para obter a permissão é apontada por 41,7% como o principal
problema para se tornar taxista e 57,8% defendem a maior fiscalização ao
transporte clandestino/ilegal.
CONCLUSÃO
A pesquisa mostra pontos positivos
da profissão de taxista, como a autonomia de definir o horário de trabalho, a
flexibilidade para essa escolha, a estabilidade e a rentabilidade financeira.
Entretanto, para o presidente da CNT, Clésio Andrade, há alguns pontos
negativos que precisam de soluções urgentes. Mais de um quarto dos taxistas já
sofreram assalto pelo menos uma vez nos últimos dois anos. A competição com o
Uber também preocupa a categoria, que já percebe a redução do número de
passageiros.
Outro problema identificado é a
situação da economia, pois a maior parte observou queda de demanda em 2015
devido à crise econômica. Além desses problemas, também foram apontados o
impacto do alto preço do combustível na atividade e o excesso de burocracia
para obter a permissão para exercer a profissão.
Fonte: Agência CNT de Notícias