Só 20% dos veículos têm conexão com
o Ciods, o que evitou a maioria dos assaltos, segundo afirma sindicato
Categoria adere a tecnologias e
evita circular com dinheiro Categoria adere a tecnologias e evita circular com
dinheiro
O primeiro homicídio a taxista em
2014 foi registrado na noite de segunda-feira e, apesar de a polícia ainda não
ter descoberto os autores do crime, o fato serviu como alerta para toda a
categoria, que já possui meios de equipar o veículo para estar preparado diante
de eventuais abordagens criminosas, mas ainda não aderiu a eles.
O monitoramento 24 horas do veículo
e a conexão direta com o Centro Integrado de Operações da Defesa Social só
foram instalados em cerca de 20% da frota de táxis de Maceió. Mas, segundo o
Sindicato dos Taxistas, no ano passado, a adesão ao serviço praticamente zerou
o número de assaltos à categoria.
A vulnerabilidade permite que
profissionais como Aguinaldo Alfredo dos Santos, de 63 anos de idade, 30 deles
na profissão, continuem sendo vítimas da criminalidade. Santos teria sido
abordado por um grupo de pelo menos três pessoas na segunda-feira, que
cometeram o crime já dentro do táxi, ao passarem por uma rua sem iluminação –
conta-se que faltava energia na rua Paulina Maria de Mendonça, na Mangabeiras.
Ele foi morto com dois tiros na cabeça.
Segundo o comandante do Batalhão de
Policiamento de Eventos, da PM, major José Cláudio, nenhum objeto do táxi teria
sido levado. “Por isso não consideramos o crime como um latrocínio”.
A reportagem entrou em contato com
o diretor da Delegacia de Homicídios da Capital, Cícero Lima, para apurar
detalhes da investigação, mas ele não atendeu às ligações.
PERÍCIA
Ontem a perícia do Instituto de
Criminalística foi realizada no veículo Space Fox, de placa OEH-0544, que era
do taxista. Foram encontrados dois projéteis de arma de fogo, e fibras
parecidas com fios de cabelos, além de impressões digitais nas maçanetas das
portas, uma camisa e um par de sandálias com sangue que seria de um dos autores
do homicídio.
Cinco profissionais morreram ano
passado, segundo levantamento
Cinco taxistas morreram vítimas de
homicídio ou latrocínio em 2013, três deles em Maceió e dois no interior,
segundo um levantamento do Sindicato dos Taxistas de Alagoas.
O último taxista morto no ano
passado foi Valdemir Alcântara, que exercia a profissão há cerca de vinte anos.
O corpo dele foi encontrado no último dia 29 num canavial na cidade de
Maribondo ao lado do corpo do ex-vereador pela cidade Otoniel Lopes da Silva, também
morto no latrocínio cometido, entre outras pessoas, por um adolescente de 17
anos.
O secretário geral do Sintáxi,
Fernando Ferreira, lamentou as mortes dos colegas de trabalho e alerta para a
segurança dos taxistas alagoanos, segundo ele, ameaçada pelas drogas – que
seriam o motivo dos assaltos - e pelo volume de dinheiro que movimentam esses
profissionais.
“Dinheiro no bolso chama atenção do
meliante, dos assaltantes. A maioria dos assaltos é para suprir a necessidade
dos usuários e o tráfico de drogas e uma forma de fazer dinheiro rápido é o assalto aos taxistas.
Estamos trabalhando maciçamente para que os taxistas tenham a menor importância
em dinheiro possível, através de programas como o Easy Taxi, que usa um
aplicativo de celular onde eles se conectam diretamente com o passageiro que já
tem um cadastro e faz o pagamento pelo sistema, via cartão”, adiantou Ferreira.
Ao todo, cerca 3.190 táxis circulam
em Maceió e outros 2.500 no interior, sem contar com os veículos não
contabilizados pelo sindicato – 80% deles a mercê da proteção da Polícia
Militar através das abordagens ou solicitações. Para o secretário geral do
Sintáxi, por serem poucas as abordagens realizadas pela polícia é de
fundamental importância a adesão a sistemas modernos de segurança.
Hoje, a aquisição(comodato) e instalação de
um equipamento de GPS saem de graça para o taxista que procurar o Sintáxi, na
Rua Iris Alagoense, 721, no Farol. Ele pagará uma taxa de R$ 45 após trinta
dias da instalação.
Silva também alerta para a
importância de a vítima manter a calma e não reagir ao assalto. “Segundo ouvi
ele [Aguinaldo Alfredo, morto na segunda-feira] reagiu, foi uma fatalidade”.
08 Janeiro de 2014 - 08:50
Alain Lisboa
Fonte:
.
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