OCIOSIDADE.
À espera de passageiros
A ociosidade dos taxistas de Maceió, ou seja, tempo em que esses
profissionais ficam parados nos pontos de táxi ou circulando sem passageiros,
aumentou em 50% nos últimos três meses. O movimento aumenta um pouco, reduzindo
a ociosidade para 30%, nos primeiros 15 dias posteriores ao pagamento dos
salários, especialmente dos servidores públicos.
É com essa realidade que os taxistas estão convivendo na capital,
perseguidos pela crise econômica que provocou desemprego e redução de renda, e
pelo aumento no preço dos combustíveis. “O poder aquisitivo da população
diminuiu, e isso se reflete na nossa atividade”, afirma o presidente do
Sindicato dos Taxistas de Alagoas (Sintáxi), Ubiraci Correia, o Bira.
Contudo, o representante dos profissionais do transporte individual de
passageiros ressalta que, embora a situação esteja desfavorável, os taxistas
estão conseguindo enfrentar a crise graças ao fluxo de turistas na cidade, que
vem aumentando com a proximidade do verão.
Outra forma de enfrentar a redução dos ganhos provocada pela falta de
passageiros é o uso da bandeira 2, quando o valor da tarifa, hoje em R$ 4,25, é
acrescido de 20%.
A bandeira 2 é permitida pela Prefeitura de Maceió, poder concedente da
exploração do serviço de transporte, a partir das 18h do sábado, até as 6h da
manhã de segunda-feira, e nos feriados. O Sintáxi analisa a possibilidade de
solicitar ao município que essa cobrança se estenda para os demais dias, como
alternativa para reduzir os efeitos da crise.
A cobrança seria permitida até janeiro, quando, por lei, o valor da
tarifa do táxi será reajustada. “Nossa data-base é janeiro, quando é reajustado
o valor da bandeirada e do quilômetro rodado”, revela Bira.
Otimista em relação ao futuro, Bira cita a permissão para que taxistas
com passageiros possam trafegar pela Faixa Azul, criada pela Superintendência
Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT/Maceió) exclusivamente para os ônibus
do sistema público urbano. Agora, afirma ele, os profissionais querem trafegar
ali com ou sem passageiros.
Outra preocupação da categoria é quanto ao surgimento do Uber, um
aplicativo de celular que conecta uma pessoa a um motorista particular.
Funciona dos mesmo jeito que se faz com um aplicativo de táxi.
Para Bira, a chegada do aplicativo a Maceió vai se transformar em mais
um problema, já que os taxistas regulares já sofrem com a concorrência de
carros-pirata e mototaxistas.
Para operar um táxi, o motorista precisa de alvará e permissão da
prefeitura. Em Maceió, como na maioria das cidades, a prefeitura há anos não
concede permissão. Quem quer ser taxista tem de comprar ou alugar de alguém que
já seja permissionário.
Bira entende que o Uber é uma ameaça à profissão, e diz que, nas
grandes cidades, onde já existe, o aplicativo funciona sem controle do poder
público, num número ilimitado. ‡
18 de Outubro de 2015
Por: BLEINE OLIVEIRA – REPÓRTER
Fonte:
Jornal Gazeta de Alagoas
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