Representantes de taxistas e rodoviários acompanham
discussão
Projeto propõe organização do serviço oferecido por 2.500
taxistas ilegais.
Audiência pública é realizada na manhã desta segunda-feira
(20), na Câmara de Maceió
(Foto: Carolina Sanches/G1)
Motoristas que trabalham como taxistas de forma clandestina,
representantes de taxistas e rodoviários acompanham, na manhã desta
segunda-feira (20), a audiência pública na Câmara Municipal de Maceió, no
Centro, que discute o Projeto de Lei para regulamentar os alternativos.
O projeto, de autoria do vereador Silvanio Barbosa (PMDB),
protocolado na Câmara semana passada, quer regulamentar a atividade exercida
atualmente por cerca de 2.500 motoristas de forma clandestina.
O vereador explicou que a proposta é de fazer com que a
atividade seja organizada. "Precisamos resolver essa desorganização que
está o transporte público em Maceió e esse é o objetivo desse debate. Para que
a sociedade conheça o projeto que foi debatido com o seguimento
alternativo", argumentou.
Para o Sindicato dos Taxistas de Alagoas (Sintaxi), a
aprovação do projeto vai prejudicar os cerca de 3 mil taxistas e mil motoristas
auxiliares cadastrados para trabalhar em Maceió.
Clandestinos, taxistas e rodoviários acompanham audiência
(Foto: Carolina Sanches/G1)
"Esse projeto não tem fundamento jurídico. Isso já é
proibido por uma Lei federal. Se todos os clandestinos forem autorizados, a
situação dos taxistas vai fixar complicada. Já está difícil trabalhar nesse
período de crise financeira e se isso for adiante será pior. A cidade não tem
capacidade para tantos motoristas", reclamou o secretário-geral do
sindicato, Fernando Ferreira.
O sindicato dos trabalhadores rodoviários (Sinttro) também é
contrário a medida. Para o presidente do sindicato, a regulamentação pode
causar demissão de rodoviários porque vai diminuir o número de passageiros de
coletivo. "Isso é um retrocesso, enquanto as cidades buscam melhorar a
mobilidade urbana aqui temos um projeto como esse", comentou.
Os clandestinos falam que a aprovação do projeto não vai
gerar dano para outras categorias. O presidente da Associação dos
Transportadores Alternativos de Maceió (ATALMAC), Ascanio da Cunha, disse que a
atividade já é exercida, mas de forma irregular. "Os clandestinos
trabalham em locais que não têm coletivos e onde o táxi não vai ou as pessoas
não tem como pagar. São bairros periféricos e existe passageiros para
todos", falou.
O promotor Flavio Gomes acompanha a audiência. Ele destacou
a importância do debate. "É importante que esse tema seja discutido. E a
promotoria de Direitos Humanos está de portas abertas para a gente fazer
Justiça", completou.
20/06/2016 10h43 - Atualizado em 20/06/2016 10h43
Carolina Sanches
Fonte:
Do G1 AL
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