Saúde :
Trabalhadores que atuam no trânsito estão mais propensos a doenças, que
vão de inflamações a câncer, aponta pesquisa.
Profissionais que trabalham diariamente no trânsito, expostos à
poluição das ruas, estão mais sujeitos a doenças do que os que atuam em áreas
menos poluídas. A conclusão está em um estudo feito na capital paulista por
pesquisadores das universidades Federal de São Paulo (Unifesp), USP e Harvard
(EUA), envolvendo taxistas e fiscais de tráfego. O coordenador da pesquisa,
professor Paulo Saldiva, do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina
da USP, disse que o ar poluído provocou inflamação nos olhos e nos pulmões,
alterações na pressão arterial e no ritmo cardíaco, distúrbio pró-coagulante,
maior tendência à obesidade, conjuntivite, rinite e maior número de quebras
cromossômicas, o que significa mais risco de câncer, "tanto nas mucosas
expostas, quanto nas células circulantes".
Saldiva, que também é integrante do Comitê Científico da Universidade
de Harvard e fez parte do Comitê da Organização Mundial da Saúde (OMS) que
definiu padrões de qualidade do ar, destacou que, além do maior risco de
doenças, os profissionais expostos à poluição das ruas apresentaram "ações
adaptativas", ou seja, alterações no corpo para se adaptar e trabalhar no
limite, devido às situações de ruído e estresse, comuns aos grandes centros
urbanos. "Por exemplo, no controle da pressão arterial, o sistema que
inibe que a gente aumente a pressão está ligado no máximo", explicou.
Durante quatro anos, os pesquisadores acompanharam grupos altamente
vulneráveis aos gases poluentes expelidos pelos veículos: 71 taxistas e 30
funcionários da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que são responsáveis
pela fiscalização do trânsito. Para efeito de comparação, foi analisado um
grupo menos vulnerável, de 20 trabalhadores do Horto Florestal, que fica na
Serra da Cantareira, região da capital com menor nível de poluição. A pesquisa
envolveu 90 cientistas de especialidades como oftalmologia, clínica médica,
cardiologia, pneumologia, patologia e até matemática.
As conclusões foram apresentadas durante o Seminário Científico da
Poluição Ambiental, na cidade de São Paulo. Segundo Saldiva, os estudos ainda
não estão concluídos e a apresentação trouxe uma noção geral dos resultados. Os
cientistas ainda formularão um relatório que será encaminhado ao Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que financiou a
pesquisa.
Hepatite
Por trabalharem com instrumentos cortantes e perfurantes, manicures e
tatuadores são alguns dos profissionais mais vulneráveis a contrair hepatite.
De olho na proteção dessas pessoas, o Ministério da Saúde abriu o concurso
cultural Arte, prevenção e hepatites Virais para Tatuadores e Manicures. Os
participantes deverão apresentar trabalhos relativos ao tema nas modalidades
arte em unhas, desenho para tatuagens e relatos de experiências. As inscrições
podem ser feitas até o dia 20 de setembro. Os prêmios vão de televisões a
quantias de R$ 2 mil e R$ 5 mil. O edital está disponível na internet.
Fonte: Estado de Minas - Publicado: 28/09/2012
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