Pela
legislação atual, com a morte do titular, concessão volta para o poder público
municipal
O
projeto de lei que estabelece a transferência da exploração de serviço de táxi
para os sucessores do titular deverá ser votado ainda neste semestre no Senado
Federal. De acordo com o texto, a família do profissional falecido poderá
requerer a concessão do serviço no órgão público responsável, desde que o novo
condutor titular atenda aos mesmos requisitos legais, como segurança, higiene,
conforto do veículo e habilitação específica para condutores.
Na
atual situação, em caso de morte do taxista, a concessão volta para a
prefeitura por falta de uma lei federal específica para a atividade. “É um
perda inaceitável, porque o táxi representa, na maioria dos casos, a
sobrevivência da família do falecido”, defende o Ubiracy Correia, presidente do
Sindicato dos Taxistas do Estado de Alagoas (Sintaxi).
Em
algumas cidades do Brasil a transferência ocorre normalmente por força de lei
municipal. “Aqui já foi assim, mas há um ano, aproximadamente, o Ministério
Público Estadual entrou com uma representação de inconstitucionalidade para que
a Lei de Concessões (Lei nº 8.987/95) fosse cumprida. O Tribunal de Justiça
atendeu e determinou a suspensão da lei municipal”, conta o sindicalista.
Os
cinco mil taxistas alagoanos e todos os outros profissionais da área pelo Brasil
afora, segundo Ubiracy, aguardam com grande expectativa a aprovação da lei, que
tem como relator o senador Renan Calheiros, líder do PMDB. “Somente em Maceió,
de janeiro até agora, morreram 20 taxistas, alguns em assaltos, e suas viúvas
esperam ansiosas a aprovação da lei para ter direito à concessão”, disse.
O
presidente do Sintaxi está confiante em que o projeto seja transformado em lei
ainda este ano. “A indicação do nome do senador Renan como relator da matéria
foi uma vitória dos taxistas, pois todos nós sabemos do zelo e atenção que o
senador tem dispensado à nossa categoria, sendo, inclusive, autor de vários
outros projetos em nosso benefício”, pontuou o líder sindical.
Em
pronunciamento no Senado, na semana passada, o relator enfatizou a importância
do projeto, que é reivindicado por sindicatos de todo o país, e prometeu
trabalhar para sua rápida aprovação após o recesso parlamentar, no mês de
agosto. O projeto já tramitou no Senado, sofreu alterações na Câmara dos
Deputados e voltou ao Senado.
O
projeto prevê ainda que, em caso de transferência, caberá ao novo autorizado
todos os direitos e obrigações, inclusive as decorrentes de isenções
tributárias. “Inclui, também, um dispositivo que determina que o contrato que
rege as relações entre os taxistas e seus auxiliares é de natureza civil,
portanto, sem vínculo empregatício”, concluiu o senador.
Foto:
Marcos César
por
Assessoria
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