Prezados taxistas e usuários do
serviço de táxis.
Caros concidadãos. O embate:
Táxis X apps ilegais como o rebU, (que prefiro assim denominar pelo alvoroço
que provoca), é o prelúdio de uma nova era, a que chamam “TRI” – Terceira
Revolução Industrial e que à semelhança do ocorrido na “PRI” – Primeira Revolução
Industrial, foi tomada de assalto, como se fora uma onda, por modalidades
capitalistas de uma selvageria extrema, no caudal de inovações reais e pseudo
inovações, num mix, ou coquetel, cujos verdadeiros componentes, somente são
percebidos num primeiro momento, por profissionais munidos do “Terceiro Olho”,
do conhecimento técnico-científico.
Os trabalhadores, que se julgavam
protegidos pelo ARCABOUÇO LEGAL, são colhidos de surpresa por esta onda, onde o
grau de organização profissional, política e sindical existente, funciona como
escaleres (barcos) salva vidas. Portanto, quanto maior esta organicidade,
melhor a chance de sobrevivência a esta onda, que precede ao tsunami, que já
anuncia sua aproximação.
A Vontade Política é outro
elemento fundamental, para a proteção e o alcance da desejada sobrevivência dos
trabalhadores, nesta situação. Dirigi-me inicialmente aos taxistas, pois o
Serviço de Táxis, no Brasil e no mundo, estão neste exato momento, debatendo-se
em meio à “inundação” provocada por esta onda de apps ilegais em sua ação, como
o já famigerado rebU.
Mencionei ainda os usuários, que
inebriados pela novidade, aderem a ela sem a devida análise crítica das
conseqüências, como por exemplo a incidência da “Tarifa Dinâmica”. Esta não
tardou em provocar seus efeitos sobre os incautos usuários, como demonstram as
centenas de queixas em sites especializados como o Reclame Aqui. Os “parceiros”
a serviço desses apps, atraídos pelo “canto da sereia”, do apelo ao lucro
fácil, apregoado pelos arautos desses aplicativos, logo se deram conta de que
“não existe almoço grátis” e ao sentirem-se pressionados pelos altos custos a
eles impostos, ensaiam tentativas de rebeliões, como a recente “greve” dos
parceiros do rebU. Neste momento deram-se conta da fragilidade das regras a que
se submeteram, presos num esquema monopolista que se exime de quaisquer
responsabilidades com seus problemas de custeio e até de sobrevivência.
Por sua vez, os taxistas no
Brasil, encontram-se num estado de perplexidade, ao se sentirem, quase que como
órfãos da vontade política, diante da omissão generalizada do Sistema
Regulatório, que deveria protegê-los. Embora tenhamos que ressalvar os esforços
de algumas lideranças políticas, classistas e associativistas, neste sentido. A
omissão, como disse, dá-se pelo arrefecimento da Vontade Política, causada em
parte pela ducha de “água fria”, representada pelo contraditório jurídico, que
por “força do ofício”, “vê” brechas no citado arcabouço legal, também tomado de
surpresa pelo “coquetel” oportunista em que se misturam os pseudo inovadores,
num processo de causa e efeito estonteante. Em meio a este caótico cenário,
houve uma surpreendente reação de resistência dos trabalhadores taxistas, que
mesmo diante de ardis promocionais, ataques midiáticos e enorme pressão do
poder econômico destes apps invasores, tem sido formidável, hajam vistas as
leis municipais erigidas em defesa da categoria. Os taxistas, porém, deram-se
conta de que a luta será longa. O embate político-jurídico, tem faceta multidisciplinar
que exige o concurso da ciência e da técnica que serviram de base à criação do
Serviço de Táxis, sucesso mundial. Eles se dão conta de que precisam se
organizar melhor, não só em termos de aprimoramento na prestação do serviço,
mas maximizar sua representatividade política EXCLUSIVA.
2016, ano eleitoral e
oportunidade que a categoria não deve perder. Ela precisa se mobilizar
oportunamente, não só para manter as bancadas parlamentares existentes, mas
procurar aumentá-las. Os apps, são adversários poderosos, que ocupam múltiplos
espaços, inclusive nos Parlamentos. Neles, faz-se obrigatória a presença de
vozes representativas confiáveis, para a defesa da classe. A HORA É AGORA. A
UNIÃO É FUNDAMENTAL. Isto não somente em nível local, mas e principalmente em
nível nacional.
Eng. Nélson A. Prata – da amada
Belo Horizonte
Especialista em Trânsito e
Transporte, mas sobretudo amigo e defensor da categoria.
18 de abril de 2016
Fonte:
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