Usuários dizem que aparelho obrigatório para novos taxistas falha e dá
prejuízo
O taxímetro biométrico, aposta da BHTrans para evitar uma possível
ociosidade de taxistas – situação rechaçada pelo sindicato da categoria –,
ainda nem começou a funcionar completamente, mas já precisa de ajustes, segundo
alguns motoristas de Belo Horizonte. Aos que precisam se deslocar com rapidez,
resta ter paciência, porque algumas vezes é preciso esperar pelo menos cinco
minutos até que o sistema reconheça a digital do condutor, o taxímetro comece a
rodar e a viagem seja iniciada. O Sindicato dos Taxistas (Sincavir) quer
recorrer à Justiça para derrubar a exigência.
O sistema é obrigatório para os novos permissionários e vale desde 15
de março, quando o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
(Inmetro) referendou a instalação dos equipamentos em táxis da capital. Ao
iniciar e finalizar a jornada de trabalho, o condutor deve acionar o mecanismo
com um botão de imã (i-button), aproximando-o do leitor já instalado no carro.
A cada corrida, ele precisa fazer a leitura da digital em outro equipamento,
para ligar e desligar o taxímetro. O sistema, pioneiro em Belo Horizonte, já
foi implantado em 206 dos 386 veículos selecionados na última licitação que já
estão circulando. No entanto, os relatórios de horários cumpridos e informações
sobre os condutores ainda não são monitorados pela BHTrans.
Os dados armazenadas no taxímetro biométrico serão transmitidos por um
sistema de ondas de rádio. Mas, por enquanto, só há um rádio de comunicação na
sede da empresa municipal, no Bairro Buritis, Oeste de BH. A previsão é de que
em um mês um novo equipamento seja instalado também na rodoviária. De acordo
com a diretora de Atendimento e Informação da BHTrans, Jussara Bellavinha, o
taxista terá que passar uma vez a cada seis meses próximo ao equipamento e
esperar cerca de um minuto para a conclusão da captação de dados. “Será assim
no início. Como o equipamento armazena informação de dois anos, poderemos
ampliar a periodicidade depois”, explicou.
A taxista Maria Madalena dos Passos, de 62 anos, recentemente
contemplada como permissionária, instalou o taxímetro biométrico em 26 de
abril, mas quatro dias depois teve problemas com a leitura da digital. Sem
reconhecer a impressão dela, nem a do motorista auxiliar, o taxímetro não
funcionou e o dia de trabalho ficou perdido. “Era feriado no dia seguinte e só
consegui consertar porque tinha o telefone do mecânico que instalou o sistema”,
afirmou ela. “É muita sofisticação e não há assistência técnica 24 horas por
dia”, disse a taxista.
Dono de uma oficina credenciada para a instalação do taxímetro
biométrico, Geraldo Batiliere conta que coloca de 10 a 15 aparelhos por dia em
táxis. Segundo ele, o motorista não está acostumado com o sensor de digitais,
que também é muito frágil e acaba dando problemas.
A diretora da BHTrans diz que o sistema é de qualidade e a empresa que
se interessou pelo termo de cooperação lidera o mercado no país. Jussara garante
que o sistema é simples e que, por se tratar de novidade, pode estar gerando
confusão. Para minimizar os problemas, a empresa municipal solicitou ao
fabricante paulista que consiga uma oficina para atender em regime de plantão,
pelo menos nesta etapa inicial.
Enquanto isso...
Cores indicam ocupação
Os carros licenciados recentemente também devem rodar pelas ruas com o
eletrovisor inteligente, a placa colocada sobre o teto do veículo, que
identifica o táxi. Agora, ela é iluminada. A cor verde significa que o carro
está vazio. A amarela mostra que o táxi está se dirigindo para buscar um
passageiro. Já a azul mostra que o carro está livre, mas roda na bandeira 2. A
vermelha significa que o veículo está ocupado
Paula Sarapu
Publicação: 10/05/2013 06:00 Atualização: 10/05/2013 06:55
Fonte:
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