Esta semana, um juiz de Recife
acatou liminar do Uber e permitiu que o aplicativo atue de forma irrestrita na
capital Pernambucana. Irrestrita quer dizer sem fiscalização, sem vistorias ou
qualquer regra de segurança, como já ocorre no Rio há 2 anos, onde o Judiciário
não ainda decidiu sobre a validade da lei que enquadra os aplicativos votada na
Câmara dos Vereadores e sancionada pelo ex-prefeito É, nó mínimo,
incompreensível tanta permissividade da Justiça brasileira com uma
multinacional que possui mais de 40 mil denúncias em sites de defesa do
consumidor e é alvo de diversos questionamentos éticos e jurídicos no seu país
de origem, os EUA.
Não é razoável que, em nome da
livre iniciativa, juízes concedam liminares que permitem que uma corporação
estrangeira funcione sem nenhum tipo de controle no Brasil, esmagando
profissionais que já eram estabelecidos e sobreviviam de sua profissão, os taxistas.
É escandaloso que o líder da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, esteja impondo
que o presidente “Fora Temer” vete a lei que enquadra os aplicativos dentro de
regras mais rigorosas. Definitivamente, há algo de podre no reino tupiniquim. O
Uber e outros aplicativos representam exemplos consistentes de violações
trabalhistas que o capital está querendo impor ao nosso país, violações que
pretendem tornar práticas oficiais nas relações de trabalho. O lamentável é que
as mentes progressistas de esquerda silenciam diante do drama dos taxistas,
imaginando que seja uma questão menor, por mera antipatia por uma classe de
operários que foi a primeira vítima de uma campanha de ódio pela imprensa
neoliberal. Os taxistas se tornaram um símbolo relevante de luta, ignorá-los ou
omitir-se diante do que eles estão sofrendo é abrir espaço para novas vítimas,
em todas as áreas, em todas as profissões.
18/06/2017
Alexandre Coslei
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