terça-feira, 20 de junho de 2017

Juízes concedam liminares que permitem corporação estrangeira funcione sem nenhum tipo de controle

Esta semana, um juiz de Recife acatou liminar do Uber e permitiu que o aplicativo atue de forma irrestrita na capital Pernambucana. Irrestrita quer dizer sem fiscalização, sem vistorias ou qualquer regra de segurança, como já ocorre no Rio há 2 anos, onde o Judiciário não ainda decidiu sobre a validade da lei que enquadra os aplicativos votada na Câmara dos Vereadores e sancionada pelo ex-prefeito É, nó mínimo, incompreensível tanta permissividade da Justiça brasileira com uma multinacional que possui mais de 40 mil denúncias em sites de defesa do consumidor e é alvo de diversos questionamentos éticos e jurídicos no seu país de origem, os EUA.

Não é razoável que, em nome da livre iniciativa, juízes concedam liminares que permitem que uma corporação estrangeira funcione sem nenhum tipo de controle no Brasil, esmagando profissionais que já eram estabelecidos e sobreviviam de sua profissão, os taxistas. É escandaloso que o líder da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, esteja impondo que o presidente “Fora Temer” vete a lei que enquadra os aplicativos dentro de regras mais rigorosas. Definitivamente, há algo de podre no reino tupiniquim. O Uber e outros aplicativos representam exemplos consistentes de violações trabalhistas que o capital está querendo impor ao nosso país, violações que pretendem tornar práticas oficiais nas relações de trabalho. O lamentável é que as mentes progressistas de esquerda silenciam diante do drama dos taxistas, imaginando que seja uma questão menor, por mera antipatia por uma classe de operários que foi a primeira vítima de uma campanha de ódio pela imprensa neoliberal. Os taxistas se tornaram um símbolo relevante de luta, ignorá-los ou omitir-se diante do que eles estão sofrendo é abrir espaço para novas vítimas, em todas as áreas, em todas as profissões.

18/06/2017


Alexandre Coslei

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